Conquanto a pergunta tenha sido colocada como"atuação de São Cipriano", considerarei como "atuação de espíritos da linha de São Cipriano", o que é mais comum. A atuação do protagonista da linha, quando realmente acontece, é apenas mais um espírito que atua no cumprimento de uma missão, mas que se destaca por questões de notoriedade histórica. Que se entenda bem, quando realmente acontece.

São Cipriano, São Jorge, São Sebastião, São João Batista, entre outros santos da Igreja Católica, estão presentes na Umbanda através das entidades afins a cada uma das correntes destes, principalmente nas práticas de Umbanda de aspecto externo, sincrético e popular. A morte do corpo físico não elimina as crenças do espírito, portanto o espírito continua a sua condição de desencarnado vibrando em faixas afins.

Cumprindo a sua missão, a Sagrada Corrente Astral de Umbanda como uma Mãe dedicada e complacente, abriga em seu seio diversos seres (encarnados e desencarnados) de diversas culturas e crenças religiosas que trazem consigo compromissos espirituais com vistas às suas necessidades evolutivas. Isso em nada abala o arcabouço doutrinário da Umbanda que está firmado nas esferas mais altas da espiritualidade e se consolida entre nós à medida do nosso entendimento.

Quando há a atuação de uma entidade num terreiro de Umbanda, que se diz da linha de São Cipriano, as suas ações estarão limitadas as regras da casa, além de estarem direcionadas para a caridade e assistência espiritual. Fora disso, não é Umbanda. Muitos espíritos que trabalham na linha de São Cipriano estão comprometidos carmicamente com ela e estão consciente que, ações de sua parte no sentido de resgatar faltas do passado ou de incrementar a sua evolução espiritual, são de fundamental importância. Por isso digo e repito, a Umbanda não realiza práticas que causem mal ao próximo ou visem interesses escusos.

A prática da Magia nos agrupamentos de Umbanda são fatos comuns, que vão desde as mais simples as mais complexas; isso depende do conhecimento e do grau evolutivo de quem a pratica. Magia é uma ciência divina, é o exercício disciplinado da vontade que atua nos planos sutis da vida com repercussão nos planos mais densos. Por exemplo, imagine a Física e a Química, uma área de estudo do ser humano; seus conhecimentos vão desde a mais simples reação química até a mais complexa fissão nuclear de um átomo. O grau de conhecimento coloca o ser na faixa de sua competência. No nosso dia a dia, as mais simples reações químicas são realizadas quando colocamos o açúcar em nosso café, quando baixamos a temperatura para solidificar a água ou elevamos a mesma para vaporiza-la; quando riscamos um fósforo para produzir o fogo ou atritando outros elementos que produzam calor até a combustão. Enfim, nós iríamos encher páginas e mais páginas apenas enumerando as nossas mais simples ações corriqueiras que provocam reações químicas em nosso benefício. Entretanto, as mais complexas reações requerem conhecimentos mais profundos, caso contrário poderão ocorrer consequências indesejáveis e desastrosas ao incauto. O mesmo acontece na prática da Magia; existem os Iniciados, os que estudam o assunto, os aprendizes e os imprudentes que seguem "receitas de bolo". O maior prejuízo é quando há inversão de valores, quando a prática visa interesses egoístas ou é realizada em detrimento do próximo.