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Gostaria sinceramente de uma opinião. Sou médium umbandista e desenvolvemos um grande trabalho, mas o que diferencia é o conhecimento que nos são passados por nossos guias de luz, que como eles falam, são pouquíssimos os terreiros onde são permitidos esses esclarecimentos. Não há dúvida sobre a legitimidade e a sabedoria dos nossos guias, sempre praticando o amor, a humildade e a caridade. Ver um Preto-Velho ex-escravo falando de física quântica, biomassa, sistema digestivo (com termos técnicos da medicina), anti-matéria, tempo-espaço, seres de Vênus, Orion, experimentos genéticos com seres humanos originários da Terra, etc., chega a ser até engraçado. Mas nós temos os 7 Orixás, e aí que vem a grande questão, eles nos ensinam que Preto-Velho não é um Orixá, e no lugar deste, está Oxum, é onde para vocês está a diferença. Perguntei uma vez para eles: "se a verdade é uma só, se tanto vocês aqui quanto outras linhas de pensamento estão no caminho do bem, então porque essa diferença tão brusca de conceito? Eles me falaram para tomar cuidado com tudo o que lemos, pois foi escrito por uma pessoa e aí estão as influências; e me fizeram uma pergunta: os 7 Orixás sempre existiram, pois são 7 linhas, irradiações do Alto intimamente ligadas ao planeta Terra, como pode um Preto-Velho ser um Orixá se o Preto-Velho é recente? |
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Concordo com o irmão quando se refere a diferenças existentes nos ensinamentos doutrinários da Umbanda. Ela não surgiu com uma codificação doutrinária pronta, definida e adotada por todos. O surgimento da Umbanda obedece a um roteiro cármico, cabe a nós o esforço desta codificação, não com opiniões pessoais, mas através das revelações dos nossos Mentores Espirituais, e mesmo assim, devemos analisar, refletir e realizar estudos comparativos sobre tudo o que nos for revelado, ensinado ou repassado. Devemos ter em mente que, assim como os encarnados, espíritos desencarnados também possuem os seus limites de conhecimentos da Ciência Espiritual, só que estes últimos não tem os seus sentidos espirituais obnubilados pela carne, portanto devemos ser cautelosos com relação ao que nos for ensinado, pois podem acontecer equívocos e informações incompletas. Uma legião de espíritos, incumbidos de trazer até nós os princípios básicos desta Sagrada Corrente Espiritual, se espalhou pelas diversas regiões do nosso País e devido a natureza da missão não foi exigida, em um primeiro momento, uma codificação doutrinária específica, e sim, a doutrina do Cristo como base para a sua prática. Além dos Terreiros fundados à partir das ações dos espíritos Mentores e Guias (de Umbanda) através dos seus médiuns, a Corrente Espiritual de Umbanda interpenetrou outros tantos Terreiros, Cabanas e Centros, afim de, com a mensagem do Cristo, promover um norte doutrinário nestas casas. Aos poucos, a Umbanda vem estruturando o seu arcabouço doutrinário, para isso, é necessário juntar fragmentos perdidos, pois a Umbanda não surgiu, e sim ressurgiu, e o Brasil foi agraciado com essa Luz. Voltando ao primeiro parágrafo, por que as diferenças nos ensinamentos? Respondo caro irmão, que cada um assume a responsabilidade e o compromisso espiritual pelo que ensina. É claro que existem diferenças que não comprometem ninguém, que apenas fazem parte da busca sincera da Verdade e que, mais cedo ou mais tarde, por força da Lei de Evolução se ajustarão em uma única Verdade. Nos planos mais altos da Hierarquia Espiritual de Umbanda, as Leis são bem definidas. As diferenças nas concepções doutrinárias se situam em planos mais inferiores devido as diversidades de interpretações influenciadas na maioria das vezes por questões de atavismo religioso. Realidade é que certos esclarecimentos não são passados em alguns terreiros sim, pois é necessário haver condições para tal e capacidade de entendimento de certas Verdades. Falamos isso sem querer desmerece-los, pois todos são importantes e desenvolvem trabalhos de grande valor atendendo a funções específicas. Uma outra questão importante é a do Preto-Velho ser ou não um Orixá. Com referência aos sete Orixás de Vibração Original (Orixalá, Ogum, Yemanjá, Xangô, Oxossi, Yori e Yorimá), evidentemente o Preto-Velho não está inserido neste contexto, pois como já afirmamos neste trabalho, os Orixás de Vibração Original tem origem no Supremo Espírito que é Deus. Estas Vibrações se expandem para todo o Universo em ritmo setenário em adequação vibratória de acordo com o plano de evolução. Estas Vibrações se assentam sobre a Terra, e sob Seu comando, se forma o Governo Espiritual de nosso planeta. Os Pretos-Velhos estão sob o comando vibratório de Yorimá, mas os espíritos são livres para se situar na Linha de Vibração que mais lhe aprouver, seja por uma particularidade do seu trabalho, seja por afinidades. As sete linhas da Vibração de Yorimá, no nosso contexto planetário, receberam nomes com semântica própria da Banda dos Pretos-Velhos, mas isso não significa que os espíritos no grau de Orixá (em nível planetário) são Preto-Velhos, mesmo porque, os espíritos que se situam nestas esferas de evolução prescindem da forma. Consideramos Oxum um Orixá de vibração planetária, sob a linha de Yemanjá (Princípio da Maternidade), assim como, Nanã, Iansã, Indaiá, etc. Não consideramos Oxum um Orixá de Vibração Original. Em nosso planeta, sob a égide dos Orixás de Vibração Original (os sete Orixás), estão os Orixás Planetários; a sua ação está circunscrita ao planeta Terra, repetindo-se o mesmo em outros orbes. Legiões de espíritos assumem posições de comando vibratório da Corrente, e através de uma hierarquia setenária, delegam esses comandos a outros espíritos em nível mais baixo. Os espíritos em nível de Orixás (mesmo os planetário) não são incorporantes, ficando esse trabalho aos espíritos no grau de Guias e Protetores. O irmão poderia me perguntar, Orixás Planetários? Os sete Espíritos de Deus ou os sete Orixás Originais, são linhas de vibração que vem d’Ele mas não são Ele. Os Espíritos prepostos da Criação recebem esse título por serem os mediadores da Luz que vem de Deus, nessas linhas de vibração, desde as mais altas esferas da evolução até as esferas de evolução planetária. O comando evolutivo, acima dos Orixás da hierarquia planetária, vem dos Orixás Solares, que espalham seu comando vibratório para todos os orbes do sistema. Apenas para reforçar o que já foi comentado neste trabalho, a apresentação dos espíritos na Umbanda são personificações que expressam as três fases da existência dos seres; o Início, o Meio e o Fim, apresentando-se no momento atual, na forma de Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, representando a Infância, a Maturidade e a Velhice. Poderia ser Branco-Velho, Vermelho-Velho, Amarelo-Velho ou simplesmente, o Velho. Mas por questões cármicas, os espíritos ligados à raça negra assumiram esta representação na figura do Preto-Velho. A dependência da forma ainda é uma realidade para o atual estágio evolutivo dos espíritos que vivem na crosta ou próximo dela, tanto os encarnados quanto os desencarnados, portanto os espíritos que se apresentam na forma de um Preto-Velho, podem ainda estar dependente desta condição ou simplesmente está assumindo esta postura devido à natureza do seu trabalho, isso depende do seu grau de evolução. Para finalizar, evidentemente devemos ser cautelosos, não só com tudo o que lemos, mas também com que ouvimos e sentimos. Tudo deve passar por um crivo pessoal para que possamos repassar a informação com responsabilidade e segurança. Como sempre afirmamos, o que ensinamos é fruto de longa experiência com profundos estudos e investigação espiritual, onde o respeito é fator fundamental; respeito ao pensamento alheio, à investigação da Verdade, sem exigir que a nossa prevaleça, procurando demonstrar os nossos postulados a quem desejar ouvir. Não nos consideramos senhores da verdade e talvez no futuro tenhamos até que ajustar os nossos postulados, mas esteja certo que a nossa busca será sempre realizada com isenção de ânimo, seriedade e humildade. |
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